sábado, junho 18, 2005

No Deserto de Lût

Este textiño que vos poño aquí é un fragmento dunha obra maior, polo momento inconclusa, e que pretendía ser un tríptico de viaxes a países imaxinarios (están feitos dous de tres, ou sexa que tampouco vou tan mal), ou quizais a un único país imaxinario. O tempo dirá se se continúa... 
Polo momento, velaiquí tedes isto. Xa me diredes...





“Falemos agora do deserto de Lût: pois trás do espesso véu das suas areias de cor de mostarda afirmou Al-Tufayl que se ocultam áridas chairas inçadas de tojos e árvores secas; e no coraçom dessas chairas, um labirinto de gastadas montanhas de granito, percorridas por cobrejantes regatos de água amarga e por umha fauna de pesadelo, flor dos bestiários: grandes serpentes, onocentauros e carádrios, encantadores unicórnios e temíveis mirmecoleons.
Conta também Al-Tufayl que este deserto é habitado por umha raça de cruéis e sanguinolentos nómadas de escura pele e sujos bucles que lhes penduram até a cintura. Alguns cavalgam sobre grandes tigres; vestem roupas de brilhantes e chamativas cores e bebem dum verde licor, misturado com o sangue das suas vítimas e servido em copas de cránios. Quando se ergue a fouce da media lua juntam-se em grandes grupos para organizar rituais apavorantes em honra do sol, da lua, e das estrelas, e de uns deuses repulsivos que é melhor nom nomear.
Som as “Velhas Rochas do Deserto” os mais conhecidos dos muitos djinns que açoutam estas terras. Espalhadas ao longo do Deserto topamos estas pedras em grande número: tenhem forma de grandes blocos e entesouram umha grande sabedoria que compartem com os mortais trás sacrifícios de sangue. Com eles recebem calorosamente os nómadas aos estrangeiros...
Destas pedras fala na sua Crónica o sábio Ibn Marwan al-Chiyiquî. Conta ele que quando o conquistador Iskander Bey ia caminho da Índia foi informado das pedras de Lût, e desviando o seu caminho, entrou no Deserto. E trás muito deambular, o Grande Rei topou escondido num profundo vale das montanhas um canhom inçado de centos destas rochas sábias; e no meio erguia-se regiamente umha pedra-fita de mais de 300 pés de altura. E trás o sacrifício dumha pessoa inteira, a pedra-fita respondeu às perguntas do Rei, a saber: se o seu Império seria duradoiro, e se algum outro viria detrás. E dixo-lhe a rocha que o seu Império nom perduraria mais que nas lendas, mas que no futuro sairia da Arábia um grande Profeta de Deus, e que este sim criaria um Império eterno que abrangesse até os confins do Mundo. Assim está escrito e assim se cumpriu, ¡¡Allah seja sempre louvado!!, para felicidade dos homens e de Deus”.

“Livro dos Djinns”; Zuhayr Ibn Malik (traduze: Conde d Paço Tristão)

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